quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Não é o que parece


Cá estou, mais um dia sem ver o sol
Nenhuma fresta de luz posso achar
O cheiro da derrota exala mais forte que formol
Sou eu e mais eu nesse estranho lugar
Não tenho mais forças pra te conquistar
Antes uma batalha que uma guerra em vão
Entrego meus dados, pois não quero mais jogar
Minha armadura despedaçou ao cair no chão
Perco-me entre sonhos e realidade
Não encontro mais o caminho de volta
Parece que vivi muitos anos. Cadê minha jovialidade?
Basta! Tomo um copo de café e de lado deixo essa revolta.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Fé e determinação


Bromélias murchas em terreno arenoso
Descalça com os pés rachados
Não creio num castigo impiedoso
Na caminhada de fé em busca do contrariado
Correndo em busca do fim do arco-íris
Um pote de ouro e duendes sapateando
Vá com pressa minha querida Ísis
Leve como uma pena que parece estar levitando
Que a fadiga não venha te derrubar
Que a seca não venha te desanimar
De modo algum venha a  praguejar
A recompensa virá, basta crer e esperar..

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Eu não fui nada pra você


Quão agonizante é flutuar em pensamentos?
Não consigo passar todas essas memórias para o papel
Estou preso nas grades de meus sentimentos
E não importa quanto eu tente, não consigo parar esse carrossel
Já virou rotina essa saudade que em meu coração fez nascer
Tantas são as noites mal dormidas. Sempre o incompreendido.
Isso já saiu do controle, não está mais em meu poder
Não posso mais lutar contra isso. Sinto que fui vencido.
Prefiro a escuridão a seus olhos nunca mais ver
Perder a audição a nunca mais te ouvir
Posso perder tudo, por mais que isso me faça sofrer
Por mais fundo o abismo em que eu venha a cair
Prefiro os dedos perder a nunca mais te dar carinho
Perder o paladar a seus lábios nunca mais tocar
Eu agüento viver o resto da minha vida sozinho
Contanto que o meu coração ainda venha a te amar.

domingo, 27 de novembro de 2011

Das próprias cinzas


Tu foste quem sempre sonhou ser?
Venceste mais que perdeste?
Ainda que morto você possa viver
Que imagem associa para com este?
A Fênix que entra em autocombustão
Mas que das cinzas renasce e brilha
As glórias jamais te abandonaram
Por mais cercado de água que esteja sua ilha
Ainda que tenha motivos para desistir
Mesmo que de sua garra venham a duvidar
Sua muralha, por mais frágil, não vai cair
Pois não estás acostumado a perder, mas sim a ganhar.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sete palmos


Parei de esbofetear ponta de faca
Tanta água foi desperdiçada
Nessa tentativa falha de furar uma pedra fraca
Um dia você já foi mais cobiçada
Hoje eu arranquei um pedaço do meu coração
Guardei em uma caixa vazia e enterrei
Para que nunca mais exista paixão
Essa vida de sofrimento eu deixei
Agora ele não tem como bater
Tudo de bom que já existiu, agora não existe
Meus olhos cegos já não podem te ver
Já falei que não sou mais o bobo que persiste?

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Cárcere


Preso como um animal asqueroso
Tire as correntes e solte os meus pulsos
Não tenho nenhum tipo de sintoma nervoso
Não vou te atacar como um bando de ursos
Eu só quero essa liberdade prometida
Ver o sol nascer e refletir o mar
Não quero saber quem da massa vai ser atingida
Quero andar com meus passos de volta ao meu lar
O verde que contagia e o azul que renova
Usufruir da natureza que é minha e sua
É só mais um obstáculo posto a prova
Caminho de novo sob o brilho da lua.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Companhia artificial

Cá estou novamente
Busco a melhor companhia, aparentemente
Garçom... aqui na ponta do bar!
Três doses da melhor destilada desse lugar
Acima, abaixo, pra frente e pra dentro
Virou rotina esse evento
Saio sozinho, mas que pessoa azarada
Por fim, acabo satisfeito no final da madrugada
Nada disso pode cicatrizar
Mas toda e qualquer dor pode amenizar
Não sinto doer, isso até os olhos abrir
É outro dia e não sei o que está por vir
Um vazio enorme ainda vive em mim
Não vejo esperanças, acredito que seja o fim
Espero loucamente o sol se por
Mais uma dose pra aliviar a minha dor.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Teoria cultural

Saudoso sistema controlador de mentes
Mexe com o consciente, traz à tona o inconsciente
Seus dedos longos, enrolados em finos barbantes
Sim senhor. Como queres meu semblante?
Posso sorrir, chorar, me enfurecer
O que for interessante pra você
Como queres meu visual?
Posso passar pelo punk, hippie e causal
Não quero me excluir do meio social
É sempre um prazer, teoria cultural.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Irmão

A nascente da alma flui no seu coração
Levanta guerreiro. Sua vida é superação
Bate no peito, com força, com orgulho
Sai correndo, da um pulo, um mergulho
Que brilho lindo o seu cosmo produz
Aos olhos atentos uma luz que seduz
Tristeza, dor e negação
Não condiz a você, meu irmão
Deixe as portas escancaradas à harmonia
Continue brilhando com alegria
Não deixe nada ofuscar sua existência
Mantenha no auge uma razão. Sua presença.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Lembranças

Essas lembranças nunca vão me deixar?
Estão cumprindo a promessa de me atormentar
Porque quando você se vai, eu não me sinto vivo
Me sinto um peso morto, esperando a dor abrir espaço ao alívio
Meu coração não bate mais de felicidade
Bate apenas por necessidade
Sua imagem está escupida na memória
Beleza espetacular e notória
Não que eu queria esquecer
Só tenho que aprender a te perder.

Ressaca

Revolução na Babilônia
Tacos e pontapés derrubam o muro da Macedônia
Aroma forte e alto teor alcoólico 
Dai-me sabedoria no fator teórico
Baderna e rebelião celular
Não tenho poder nem sobre o dedo anelar
Viagem interestelar, cometas e estrelas caindo
Todos abordo, Apollo 11 está partindo
Capitão Neil Armstrong ao seu dispor
Isso é um sonho, devo supor?
Não que esteja fugindo do consciente
O inconsciente apenas se diz presente
O clima de amanhã é pior que nevasca
Bem vinda de volta, indesejável ressaca

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Caos

Me libertar desse caos desanimador
Elevar a mente, buscar algo animador
Rancor, ódio, tristeza
Qual é o prato principal dessa mesa?
Noites mal dormidas, dias mal vividos
Lágrimas salgadas, momentos sofridos
Acender a luz, procurar o interruptor
Iluminar um caminho de amor.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Trancafiado

Meu drama nunca é o bastante
Apelos emocionais são variantes
Paredes brancas, anêmicas
Pensamentos eloquentes e polêmicas 
Trancafiado, encurralado
Preciso da chave mãe desse cadeado
Necessito de luz e do verde do campo
Talvez até voltar ao meu recanto
Gritos, grunhidos e gemidos
As paredes falam, mas não têm ouvidos.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Mente fluindo. Alegria surgindo.


A mente não está brilhando, não está fluindo
Talvez só precise de um incentivo
Neblina e fumaça
A atitude de percepção realça
Me sinto vivo, sem sono, esperando o sol nascer
Quero ver o céu todo em degradê
Me sinto agitado, mais alegre
É um sonho que me sugere?
Fecho os olhos, mas não vejo escuridão
Brilhos e serpentinas, em mais uma festa de verão.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Vazio

Entra. Não bata. A porta está aberta.
Não para estranhos, mas talvez para ela
Conhecida, que já não conheço
Não acho mais seu coração. Mudou o endereço?
Memórias vazias de um passado sem lembrança
Não creio mais no valor da esperança
A mudança ocorreu de forma devastadora
É um animal de uma índole assustadora
Mantenho os quadros em cima da estante
Ainda a espera do velho habitante.



quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Vela da paixão

Feche os olhos, estenda-me a mão
Sinta o sangue ferver e o disparar do coração
Que tal dançar?
Abra um sorriso, estou aqui para te alegrar
Sinto o cheiro de lavanda em sua pele macia
Menina, você me contagia
Seus olhos claros que refletem nos meus
Faço parte dessa nova geração de Romeus
Não lhe escrevo versos, pois não sei rimar
Porém, eu juro, toda minha vida lhe amar
Acendo a vela dessa paixão
Agora, você é a dona do meu coração.


Versos de bar

Eu preciso flutuar
Não que você possa presenciar
Vou criar asas
Pra poder voar como as garças
Juro solenemente
Caço cada palavra em minha mente
Preciso de um pouco de foco
Atordoado em meio a esse turbilhão de fogos
Perdido nesse labirinto escuro
Dou um gole nesse whisky doze anos puro
Preciso de uma mesa de bar e uma caneta
São simples versos de minha humilde caderneta.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

É ela


Observo a noite da minha janela
Olha lá no céu! É ela.
É noite de lua crescente
Minha companheira mais confidente
As ruas estão iluminadas, luzes artificiais lá estão
O luar, as estrelas e os vaga-lumes. Um belo trabalho fizeram.

Danço comigo, afinal, nunca precisei de um par
Atordoado, iluminado pelo luar
Cantarolando, assoviando, admito até saltitando
Preciso seguir as estrelas. Será que estou variando?
São tantas estrelas. Conto uma ,duas, três
Logo perco as contas e começo tudo outra vez
Posso esquecer o mundo?
Claro, essa noite sou vagabundo.

Mas que vista proporciona minha janela
Boa noite, minha amante mais bela.



Passado, presente e futuro

Sinto falta do que não vivi
Devo esperar alegrias, o que me faz sorrir
Planos mirabolantes faço
O passado, presente e futuro formam um laço
Vivo cada vão momento enlouquecidamente
Preciso de uma dose de passado pra ressaca que vivo no presente
Familiares, amizades e conhecidos
Tudo parece passar tão despercebido
Eu espero na estação Futuro
Não quero perder esse trem tão importuno
As vezes me perco em vagas lembranças. Minha mente é um mar de nostalgia.

Apaixonado pela lua

Águas passadas, o vento levou
Amores não correspondidos o coração abandonou
Saudade? As lembranças guardei
Te encontrei. Pude sentir as borboletas no estomago
Amor platônico assim correspondido
A distância atrapalha, mas quem disse que ligo?
Eu sei, você me guarda
Me observa toda madrugada
Toda noite vou esperar
O sorriso voltou ao seu devido lugar
Apaixonado. Pela lua estou apaixonado.