quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Eu não fui nada pra você


Quão agonizante é flutuar em pensamentos?
Não consigo passar todas essas memórias para o papel
Estou preso nas grades de meus sentimentos
E não importa quanto eu tente, não consigo parar esse carrossel
Já virou rotina essa saudade que em meu coração fez nascer
Tantas são as noites mal dormidas. Sempre o incompreendido.
Isso já saiu do controle, não está mais em meu poder
Não posso mais lutar contra isso. Sinto que fui vencido.
Prefiro a escuridão a seus olhos nunca mais ver
Perder a audição a nunca mais te ouvir
Posso perder tudo, por mais que isso me faça sofrer
Por mais fundo o abismo em que eu venha a cair
Prefiro os dedos perder a nunca mais te dar carinho
Perder o paladar a seus lábios nunca mais tocar
Eu agüento viver o resto da minha vida sozinho
Contanto que o meu coração ainda venha a te amar.

domingo, 27 de novembro de 2011

Das próprias cinzas


Tu foste quem sempre sonhou ser?
Venceste mais que perdeste?
Ainda que morto você possa viver
Que imagem associa para com este?
A Fênix que entra em autocombustão
Mas que das cinzas renasce e brilha
As glórias jamais te abandonaram
Por mais cercado de água que esteja sua ilha
Ainda que tenha motivos para desistir
Mesmo que de sua garra venham a duvidar
Sua muralha, por mais frágil, não vai cair
Pois não estás acostumado a perder, mas sim a ganhar.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sete palmos


Parei de esbofetear ponta de faca
Tanta água foi desperdiçada
Nessa tentativa falha de furar uma pedra fraca
Um dia você já foi mais cobiçada
Hoje eu arranquei um pedaço do meu coração
Guardei em uma caixa vazia e enterrei
Para que nunca mais exista paixão
Essa vida de sofrimento eu deixei
Agora ele não tem como bater
Tudo de bom que já existiu, agora não existe
Meus olhos cegos já não podem te ver
Já falei que não sou mais o bobo que persiste?

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Cárcere


Preso como um animal asqueroso
Tire as correntes e solte os meus pulsos
Não tenho nenhum tipo de sintoma nervoso
Não vou te atacar como um bando de ursos
Eu só quero essa liberdade prometida
Ver o sol nascer e refletir o mar
Não quero saber quem da massa vai ser atingida
Quero andar com meus passos de volta ao meu lar
O verde que contagia e o azul que renova
Usufruir da natureza que é minha e sua
É só mais um obstáculo posto a prova
Caminho de novo sob o brilho da lua.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Companhia artificial

Cá estou novamente
Busco a melhor companhia, aparentemente
Garçom... aqui na ponta do bar!
Três doses da melhor destilada desse lugar
Acima, abaixo, pra frente e pra dentro
Virou rotina esse evento
Saio sozinho, mas que pessoa azarada
Por fim, acabo satisfeito no final da madrugada
Nada disso pode cicatrizar
Mas toda e qualquer dor pode amenizar
Não sinto doer, isso até os olhos abrir
É outro dia e não sei o que está por vir
Um vazio enorme ainda vive em mim
Não vejo esperanças, acredito que seja o fim
Espero loucamente o sol se por
Mais uma dose pra aliviar a minha dor.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Teoria cultural

Saudoso sistema controlador de mentes
Mexe com o consciente, traz à tona o inconsciente
Seus dedos longos, enrolados em finos barbantes
Sim senhor. Como queres meu semblante?
Posso sorrir, chorar, me enfurecer
O que for interessante pra você
Como queres meu visual?
Posso passar pelo punk, hippie e causal
Não quero me excluir do meio social
É sempre um prazer, teoria cultural.